Raul TartarottiCrônicas Semanais
O filósofo Sócrates nos disse para ter cuidado com o vazio de uma vida ocupada. E para isso recomendou que você não deva se preocupar com os outros, porque o mundo está cheio de outros.
Na Internet podemos comprovar facilmente isso, através do gigantesco volume de gente navegando por lá, ao menos é o que dizem ser uma verdade. Porém, até 2026, o tráfego de robôs irá ultrapassar o de humanos, e a luta contra o envenenamento de resultados em mecanismos de busca e a manipulação da IA, será sem limites para alterar dados ou obter informações confidenciais alimentadas nos modelos de linguagem que estão entre as principais cautelas tecnológicas. Não sei se é necessário nos preocuparmos com isso se nossa composição básica é o contato com outro humano e não com outra máquina.
Somos fruto de um laço entre pessoas, nossas peculiaridades promovem e dificultam novas vidas, objetivadas pela opressão da introversão.
Pense, ou sofra pelos dias que lhe restam ao lado dos que ama, ou daquele que amou por muitos dias, que lhe fizeram o que és, e que talvez não sejas mais nada sem eles.
Meus criadores, que tanto se esforçaram para me deixar nesse ponto, me construíram no que sou e sigo a partir desse novo marco. Cruel e findável, com aquele limite que não desejamos acolher em pensamento, apenas de en passam, e quase sem valor para tentar ofuscar a realidade.
Como a metáfora da condição humana provoca a busca por criar significados para cada um de nós, expõe a fragilidade das percepções de todos.
Estar disposto a mudar é uma condição de pessoas inteligentes, e para isso devemos vasculhar nosso inconsciente, governar nossas vidas, e assim formar nossas crenças, muitas das quais falsas, embora as temos por verdadeiras. Possuir uma atitude de abertura acima de tudo e todos, nos coloca em melhores condições para continuar crescendo.
Como lembrou o economista britânico John Maynard Keynes, "a coisa mais difícil do mundo não é que as pessoas aceitem novas ideias, mas sim que esqueçam as antigas".
Algo muito parecido com o perigo de conviver com o que se aprende, porque podes não esquecer jamais.
E nesse tempero vital, a desaprendizagem é absolutamente imprescindível para que a verdadeira aprendizagem ocorra.
Muitas vezes, o que pensamos conhecer é o que realmente nos impede de aprender.