O governo do estado realizou ontem o leilão de concessão do Cais Mauá, na B3, em São Paulo. O consórcio Pulsa RS apresentou a proposta com deságio de 0% na contraprestação pública máxima, mantendo o valor em 144,8 milhões – o que significa que a oferta foi feita pelo valor integral estipulado, sem aplicar nenhum desconto sobre a quantia máxima que o governo estava disposto a aceitar para o projeto –, e foi considerado vencedor. Este valor será repassado pelo estado em troca de investimentos de 353,3 milhões na área ao longo das próximas três décadas.
O leilão foi o resultado de um longo processo que incluiu dois adiamentos devido à ausência de propostas e uma terceira alteração de data anunciada em 2023. O prefeito Sebastião Melo e o governador Eduardo Leite estiveram no leilão. Melo disse que vai trabalhar para "licenciar rápido" o empreendimento. Também avaliou que as mudanças urbanísticas no Centro já feitas garantem segurança jurídica ao projeto, e disse: “queremos começar essa obra, sob a liderança do governador, para anteontem”. Leite disse que estará atento ao processo para evitar as frustrações dos projetos anteriores. Um breve histórico – A primeira tentativa de concessão do Cais Mauá ocorreu em 2010. À época, o consórcio Cais Mauá do Brasil falhou em revitalizar a área devido à inação e à falta de garantias financeiras, o que culminou na rescisão do contrato pelo governo estadual. A complexidade aumentou com a Operação Gatekeeper em 2018, que investigou desvios em fundos de investimento. A gestão então passou para a LAD Capital, que buscou atrair investimentos privados. Um dos resultados desse movimento foi a inauguração do Cais Embarcadero em 2021, que será de responsabilidade da Pulsa RS após a assinatura do contrato.